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Questões de filosofia ENEM 2016 2° aplicação
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Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela difere-se dos outros saberes porque é caracterizada como
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técnica que tem como resultado a produção de boas ações.Esta alternativa está incorreta porque Aristóteles distingue entre técnica (ou arte) e ética. A técnica está relacionada à produção de objetos ou resultados artificiais, enquanto a ética está mais relacionada ao agir humano bem deliberado. Portanto, a ética não é apenas uma técnica que produz boas ações, mas sim uma capacidade de agir bem baseada na deliberação racional sobre as coisas boas para o homem.
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conhecimento das coisas importantes para a vida do homem.Esta alternativa é um tanto inadequada. Embora a ética certamente envolva o conhecimento do que é importante para a vida do homem, Aristóteles enfatiza que esse conhecimento prático não é teórico, mas sim voltado para a ação e a escolha. O que define a ética é a capacidade racional de agir e fazer escolhas em situações diversas, e não apenas o conhecimento teórico.
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a conduta definida pela capacidade racional de escolha.Esta alternativa está correta. Aristóteles caracteriza a ética como um saber prático, que envolve a racionalidade na escolha das ações. Para ele, a ética não é apenas sobre conhecimento teórico, mas sobre a conduta e a capacidade de escolha racional diante do que é bom ou mau para o homem. É essa capacidade racional de escolha que distingue a ética dos outros saberes, segundo Aristóteles.
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política estabelecida de acordo com padrões democráticos de deliberação.Esta alternativa está incorreta porque mistura o conceito de ética com política e deliberação democrática. Embora ética e política possam estar conectadas, Aristóteles trata a ética primariamente como uma capacidade individual de deliberação racional para escolher ações boas ou más. A deliberação de acordo com padrões democráticos de deliberação é mais uma característica política do que ética no sentido aristotélico.
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capacidade de escolher de acordo com padrões científicos.Esta alternativa está incorreta porque, segundo Aristóteles, a ética não se baseia em padrões científicos, que são caracterizados pela demonstração e inalterabilidade. A ética pertence ao campo do saber prático, que envolve a capacidade de escolher de acordo com a deliberação racional sobre o que é bom ou mau para o homem, e não sobre base em padrões científicos invariáveis.
De acordo com o texto, a construção de uma sociedade democrática fundamenta-se em:
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A ausência de constrangimentos de ordem pública.A terceira alternativa menciona que a ausência de constrangimentos de ordem pública fundamenta a democracia. No entanto, Bobbio se concentra na unificação do que é reconhecido como idêntico entre os seres humanos, como a igualdade de direitos. O que ele aponta não é a ausência de restrições, mas a garantia de que todos compartilhem esses direitos fundamentais por sua humanidade comum.
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A garantia da segurança das pessoas e valores sociais.A quinta alternativa sugere que a democracia se baseia na garantia da segurança das pessoas e dos valores sociais. Embora a segurança seja importante, o ponto central do texto de Bobbio é o reconhecimento da igualdade essencial entre as pessoas. A construção da democracia, segundo Bobbio, se fundamenta mais na construção da igualdade e reconhecimento dos direitos comuns do que apenas na segurança ou manutenção de valores sociais.
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A pertença dos indivíduos à mesma categoria.Esta alternativa está correta de acordo com o texto. Bobbio fala sobre a democracia como um processo de reconhecimento de uma natureza comum, que resulta na unificação. Isso significa que todos os indivíduos são vistos como pertencentes à mesma categoria humana, independentemente de sexo, raça ou religião, e possuem direitos iguais. É a base dos princípios democráticos que têm como objetivo fundamental garantir essa igualdade.
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A debilitação das esperanças na condição humana.A primeira alternativa sugere que a democracia é construída a partir de um enfraquecimento das esperanças na condição humana. Isso está incorreto, pois a ideia de justiça, tal como descrita por Bobbio, busca justamente fortalecer a condição humana através do reconhecimento de uma igualdade fundamental. A democracia, ligada aos direitos humanos, não pode ser construída mediante o enfraquecimento, mas sim através do fortalecimento e da potencialização das esperanças e da dignidade humana.
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A norma estabelecida pela disciplina social.A segunda alternativa indica que a norma estabelecida pela disciplina social fundamenta a democracia. Contudo, isso é impreciso no contexto do que Bobbio discute. Enquanto disciplina social pode ajudar a manter a ordem, Bobbio fala sobre o reconhecimento de uma natureza comum – um valor que é mais profundo e essencial do que apenas comportamentos normatizados. A democracia surge do reconhecimento da igualdade e não apenas da imposição de normas sociais.
A ética da responsabilidade protagonizada pelo filósofo alemão Hans Jonas e reivindicada no texto é expressa pela máxima:
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"O efeito de tuas ações não destrua a possibilidade futura da vida das novas gerações."A alternativa correta está expressando uma ideia central da ética da responsabilidade de Hans Jonas. Segundo Jonas, nossas ações devem ser avaliadas com base em seu impacto sobre a continuidade da vida no futuro. Essa ideia decorre do princípio da responsabilidade, que nos obriga a considerar as consequências de nossas ações para as gerações futuras, buscando não comprometer sua existência ou bem-estar. É como se disséssemos: esteja atento ao que suas ações hoje farão ao mundo de amanhã.
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"A norma aceita por todos advenha da ação comunicativa e do discurso."Aqui temos a ideia central da ética do discurso de Jürgen Habermas, que propõe que normas válidas emergem do diálogo racional, inclusivo e aberto. A ética da responsabilidade de Hans Jonas, entretanto, está preocupada principalmente com o impacto das ações atuais sobre o futuro, o que não se encaixa nesta descrição voltada para o discurso e o consenso.
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"A tua ação possa produzir a máxima felicidade para a maioria das pessoas."Essa opção reflete a ética utilitarista, que preconiza que devemos agir de forma a maximizar a felicidade ou o bem-estar geral. A ética da responsabilidade de Hans Jonas, no entanto, está mais relacionada à precaução em relação aos efeitos das nossas ações sobre o futuro e em especial sobre a possibilidade de continuar a vida humana e o meio ambiente equilibrado, não tanto na busca da máxima felicidade imediata.
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"A tua ação possa valer como norma para todos os homens."Esta alternativa reflete um princípio diferente, o Imperativo Categórico de Immanuel Kant, que sugere que deveríamos agir de acordo com máximas que podemos querer que se tornem leis universais. Não está necessariamente relacionada à ética da responsabilidade de Hans Jonas, que é mais focada nas consequências a longo prazo de nossas ações, especialmente aquelas que podem impactar negativamente a vida e o meio ambiente.
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"O teu agir almeje alcançar determinados fins que possam justificar os meios."A alternativa descrita aborda uma visão teleológica da ética, onde os fins justificam os meios. Isso está relacionado a certas formas de ética pragmática, mas não é o enfoque de Hans Jonas. Ele está preocupado com os resultados das nossas ações a longo prazo, especialmente em termos do meio ambiente e da preservação da vida, e não com o uso de quaisquer meios para alcançar fins específicos.
Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
TEXTO II
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil . Petrópolis: Vozes, 1994.
Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)
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condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.Esta é a descrição correta da visão de Hobbes sobre o estado de natureza. Ele acreditava que era uma condição de guerra contínua, onde não havia segurança, e a vida era 'solitária, pobre, sórdida, brutal e curta'. A criação de um governo, segundo Hobbes, era necessária para impor ordem e proteger as vidas das pessoas contra o medo constante da morte violenta.
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situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.Esta declaração está incorreta no contexto da teoria de Hobbes. Para Hobbes, o estado de natureza não é uma questão de livre-arbítrio prejudicada pelo pecado original; na verdade, é visto como uma condição de anarquia e caos devido à ausência de poder central. A questão do pecado original está mais presente em discussões religiosas em geral e não diretamente ligada à concepção hobbesiana do estado de natureza.
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capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.Esta alternativa não se aplica à visão de Hobbes. A menoridade e a exigência moral são conceitos mais relacionados a Jean-Jacques Rousseau, que fala sobre o homem ser bom por natureza mas corrompido pela sociedade. Hobbes, em vez disso, vê a necessidade de ordem imposta pela criação de um poder central forte para evitar o caos do estado de natureza.
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estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.Esta declaração não corresponde à visão de Hobbes sobre o estado de natureza. A ideia de que a civilização destrói um estado anterior de felicidade e liberdade é mais associada a Rousseau. Ao contrário, Hobbes vê o contrato social como uma forma de escapar da brutalidade e insegurança do estado de natureza, em vez de destruir uma condição ideal anterior.
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organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.Esta opção descreve a visão de Locke, não a de Hobbes. John Locke, em seu Segundo Tratado sobre o Governo Civil, sugere que no estado de natureza, os homens têm direitos naturais à vida, liberdade e propriedade. Hobbes, por outro lado, vê o estado de natureza como um caos, não um estado de direitos naturais garantidos.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
O problema descrito no texto tem como consequência a
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inviabilidade de se considerar a experiência na construção da ciência.Incorreto. Hume não está sugerindo que é inviável considerar a experiência na construção da ciência, mas sim que há um problema lógico ao tentar estender conclusões a partir do que foi experenciado até então para deduções futuras. A experiência ainda é essencial na ciência, mas Hume nos alerta sobre as limitações da indução.
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dificuldade de se fundamentar as leis científicas bases empíricas.Correto. David Hume está abordando o que ficou conhecido como o "problema da indução". Ele argumenta que não há justificativa lógica para extrapolar experiências passadas para prever eventos futuros. Ou seja, só porque algo sempre ocorreu de uma maneira no passado, não podemos ter certeza se seguirá ocorrendo da mesma forma no futuro. Essa questão é crítica nas bases das leis científicas que dependem de evidências empíricas e da proposição de que podemos extrapolar observações passadas para prever resultados futuros. Portanto, a dificuldade de fundamentar leis científicas em bases empíricas está diretamente ligada ao problema descrito por Hume.
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universalidade do conjunto das proposições de observação.Incorreto. A universalidade do conjunto das proposições de observação implica que quaisquer proposições de observação podem ser feitas em qualquer contexto e tempo, mas isso não é o que Hume está questionando aqui. O foco de Hume é no raciocínio indutivo, sobre como justificamos a passagem de observações particulares para generalizações universais, e não a simples existência de um conjunto universal de observações.
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correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais.Incorreto. A correspondência entre afirmações singulares e universais refere-se ao problema de inferir regras gerais a partir de casos particulares. Isso está relacionado com o problema da indução que Hume discute. No entanto, não é especificamente a consequência imediata que ele descreve no texto. A principal consequência abordada é a dificuldade em bases sólidas para as leis científicas quando se baseiam na indução.
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normatividade das teorias científicas que se valem da experiência.Incorreto. Quando falamos sobre a 'normatividade' das teorias científicas, estamos discutindo como elas devem ser formuladas e verificadas, muitas vezes na forma de um método científico. Hume, em seu texto, está mais focado no problema de justificar a transição do particular para o universal através da indução, e não nas normas ou padrões que devemos seguir ao fazer ciência.
De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção
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estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade.Embora essa explicação possa parecer correta, a única intenção é que a justiça estabelece regras para a convivência social. Contudo, o foco do que Locke quer expressar é a presença de justiça mesmo nos grupos mais antiéticos, enfatizando o aspecto mais universal da justiça nas relações humanas.
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determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes.Essa explicação não é completamente incorreta, mas também não é a mais precisa. Locke não está concentrando sua discussão em como a justiça determina o que é certo ou errado de maneira filosófica ou moral no contexto de conflitos. O ponto dele é a presença de um acordo comum, ou justiça, que até as comunidades mais precárias respeitam de alguma forma.
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contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social.Essa explicação está correta. Locke argumenta que mesmo as comunidades menos escrupulosas precisam de algum tipo de justiça ou conjunto de regras para manter a coesão. A 'justiça e conformidade ao contrato' que ele menciona são essenciais para manter a ordem e o equilíbrio dentro de qualquer tipo de sociedade, até mesmo entre aqueles que podem ser considerados marginais em termos de comportamento ético.
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identifica indivíduos despreparados para a vida em comum.Essa explicação está incorreta. Locke não está dizendo que a noção de justiça serve para identificar indivíduos despreparados para a vida em comum. Ele está discutindo como mesmo comunidades precárias ou de 'vilões', ainda respeitam algum tipo de regra ou contrato. A questão não é sobre identificar indivíduos, mas sim a necessidade universal dessas regras.
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representa os interesses da coletividade, expressos pela vontade da maioriaEssa explicação está incorreta. Embora a justiça possa, em muitos casos, estar alinhada com os interesses da coletividade, não é isso que Locke está destacando. Ele não está falando sobre como a justiça representa a vontade da maioria, mas sim sobre a presença de regras e a necessidade de conformidade com contratos, mesmo entre grupos mais problemáticos.

A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra nela inserida:
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Desconhecimento das etapas produtivas.Esta alternativa está correta porque uma forma de organização comum na indústria, especialmente quando falamos em linhas de produção e divisão do trabalho, é a especialização. Nesse modelo, o trabalhador se concentra em uma única etapa ou tarefa, o que acaba levando ao desconhecimento das outras etapas do processo produtivo. Isso é uma característica marcante dos sistemas produtivos modernos, onde cada trabalhador foca no que faz melhor em vez de entender todo o processo, como acontecia em uma produção mais artesanal.
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Eficiência na prevenção de acidentes.A eficiência na prevenção de acidentes seria uma consequência positiva da boa organização do trabalho. No entanto, simplesmente organizar a forma de trabalho na indústria, como por meio da divisão do trabalho em etapas, não garante que os acidentes serão reduzidos. A eficiência na segurança está mais relacionada à implementação de normas de segurança, treinamentos e fiscalização rigorosa, que são ações específicas além da simples organização dos processos produtivos.
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Instabilidade nos cargos ocupados.A alternativa que menciona a instabilidade nos cargos ocupados sugere que a forma de organização interna poderia levar a uma alta rotatividade ou insegurança no trabalho. Porém, a organização interna em si, como linha de produção e especialização, não gera necessariamente instabilidade. A instabilidade pode estar mais relacionada a outras questões, como condições de mercado, políticas empresariais ou contratuais, que não estão diretamente ligadas a como o trabalho é organizado de forma interna.
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Ampliação da jornada diária.Esta alternativa fala sobre a ampliação da jornada diária. Quando falamos sobre organização interna da indústria, isso se refere mais ao modo como o trabalho está estruturado, do que diretamente à duração da jornada de trabalho. A organização pode, sim, ter impactos, como a segmentação de tarefas ou especialização, mas não necessariamente leva a uma ampliação do horário de trabalho. Logo, essa alternativa não é a mais apropriada para responder à questão que fala sobre as consequências diretas da organização interna.
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Melhoria da qualidade do trabalho.A ideia de que a organização interna da indústria resultaria em melhorias na qualidade do trabalho pode ser um pouco enganosa quando pensamos sobre a condição dos trabalhadores. A organização de trabalho em sistemas industriais nem sempre visa melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Em muitos casos, busca-se eficiência e redução de custos, e isso pode gerar empregos mais mecânicos e repetitivos, sem impactos diretos na qualidade do trabalho em termos de satisfação ou condições melhores para os trabalhadores.
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer." BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento). TEXTO II
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor. MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).
Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é
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instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária.Esta alternativa está incorreta. Marx, em suas obras, discute a luta de classes, mas nem o texto de Zé Ramalho nem o trecho de Marx mencionado tratam do fortalecimento da luta de classes ou da criação de uma economia solidária como fundações da relação entre trabalho e modo de produção capitalista. A economia solidária não é um aspecto discutido ou implícito nesses textos específicos.
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estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata.Essa alternativa não está correta. Tanto o texto de Zé Ramalho quanto o de Marx não indicam uma distribuição equânime de renda. Pelo contrário, o poema de Zé Ramalho descreve uma sensação de alienação e injustiça que o trabalhador sente após contribuir para a construção do edifício, enquanto o trecho de Marx descreve a exploração e o empobrecimento dos trabalhadores dentro do modo de produção capitalista. A ideia de declínio do capitalismo industrial e tecnocrata tampouco é mencionada ou sugerida em qualquer dos textos.
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fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens e serviços.Essa opção não é correta. Embora o texto de Marx fale sobre a alienação do trabalhador na produção capitalista, ele não menciona um crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e a produção de bens e serviços. Marx aponta que o aumento da produção muitas vezes ocorre à custa do empobrecimento e alienação dos trabalhadores, algo que não necessariamente implica um aumento proporcional nessa relação.
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derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.Esta é a alternativa correta. Tanto o fragmento de Marx quanto o de Zé Ramalho abordam o aumento de riqueza em contraste com a exploração do trabalhador. O trecho de Marx explícita que a produção capitalista resulta em objetos que se tornam estranhos aos trabalhadores, enquanto a música de Zé Ramalho retrata a tristeza e a injustiça sentida pelo trabalhador que não se beneficia do que ajudou a criar. Em ambos os casos, o aumento da riqueza está associado à exploração dos trabalhadores, caracterizando bem a relação no modo de produção capitalista.
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baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos de emprego.Essa afirmação está incorreta. O texto de Marx menciona a alienação e a exploração que ocorrem no capitalismo, mas não aborda a desvalorização do trabalho especializado. O poema de Zé Ramalho também fala sobre as dificuldades do trabalhador, mas não menciona especificamente a desvalorização de trabalho especializado ou aumento de demanda por novos empregos.
No trecho da obra O banquete, Platão explicita, por meio de uma alegoria, o
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autoconhecimento como caminho da verdade.Esta alternativa está incorreta. O autoconhecimento, embora importante para Platão, não é o foco deste trecho específico. A narrativa dos andróginos é sobre a busca de encontrar a parte que falta, que é uma expressão de amor, e não um caminho para a verdade através do autoconhecimento.
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bem supremo como fim do homem.Esta alternativa está incorreta. O bem supremo, para Platão, é a ideia do Bem, que é acima de todas as coisas e não tem relação direta com a divisão dos andróginos. O trecho em questão foca no conceito de amor como uma busca de reunião com a outra metade, em vez de atingir um bem supremo.
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ideal inteligível como transcendência desejada.Esta alternativa está incorreta. O ideal inteligível, em Platão, refere-se a uma realidade transcendente e perfeita que não tem relação direta com a história dos andróginos. Esta história fala sobre amor e como ele nasce da falta e do desejo de completar-se, e não sobre o mundo das ideias platonianas.
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prazer perene como fundamento da felicidade.Esta alternativa está incorreta. A narrativa apresentada por Platão não coloca o prazer perene como fundamento da felicidade, mas a busca por completude através do amor. O desejo de encontrar a metade perdida é mais profundo do que simplesmente buscar prazer; é uma busca por se tornar integral novamente.
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amor como falta constituinte do ser humano.Esta alternativa está correta. Platão, em "O Banquete", apresenta a ideia de que o amor surge da falta. Os seres humanos foram divididos, segundo a alegoria apresentada, e agora sentem a falta de sua outra metade. Isso gera o desejo de se reunirem, um processo que Platão descreve como amor. Amor, então, é uma busca pela completude, pois os humanos sentem falta de algo que os tornaria inteiros novamente.
ÉDIPO — Foi ela quem te entregou a criança?
O SERVIDOR — Foi ela, Senhor.
ÉDIPO — Com que intenção?
O SERVIDOR — Para que eu a matasse.
ÉDIPO — Uma mãe! Mulher desgraçada!
O SERVIDOR — Ela tinha medo de um oráculo dos deuses.
ÉDIPO — O que ele anunciava?
O SERVIDOR — Que essa criança um dia mataria seu pai.
ÉDIPO — Mas por que tu a entregaste a este homem?
O SERVIDOR — Tive piedade dela, mestre. Acreditei que ele a levaria ao país de onde vinha. Ele te salvou a vida, mas para os piores males! Se és realmente aquele de quem ele fala, saibas que nasceste marcado pela infelicidade.
ÉDIPO — Oh! Ai de mim! Então no final tudo seria verdade! Ah! Luz do dia, que eu te veja aqui pela última vez, já que hoje me revelo o filho de quem não devia nascer, o esposo de quem não devia ser, o assassino de quem não deveria matar! SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L&PM, 2011.
O trecho da obra de Sófocles, que expressa o núcleo da tragédia grega, revela o(a)
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legalismo estatal ao punir com a prisão perpétua o crime de parricídio.Esta alternativa está incorreta. O trecho não faz referência a qualquer tipo de legalismo estatal ou punição legal como prisão perpétua. A tragédia de "Édipo Rei" é mais centrada no destino inevitável e nas consequências trágicas dos destinos preditos, ao invés de sistemas legais ou punições terrenas.
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caráter antropomórfico dos deuses na medida em que imitavam os homens.Esta alternativa está incorreta. O trecho destacado não trata sobre o caráter antropomórfico dos deuses ou como eles imitavam os homens. Embora os deuses e suas características sejam temas em outras partes da mitologia grega, o trecho foca principalmente nos efeitos do destino e na revelação das ações de Édipo.
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impossibilidade de o homem fugir do destino predeterminado pelos deuses.Esta é a alternativa correta. O trecho destacado captura a essência da tragédia de Édipo: a impossibilidade de escapar do destino que lhe foi determinado pelos deuses. Édipo, ao longo da peça, tenta evitar seu destino, mas inevitavelmente acaba cumprindo as profecias que previam que ele mataria o pai e casaria com a mãe.
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busca pela explicação racional sobre os fatos até então desconhecidos.Esta alternativa está incorreta pois, embora a busca por explicações e compreensão dos fatos seja parte da trajetória de Édipo, a cena apresentada se concentra na revelação do destino já determinado, e não em uma explicação racional dos eventos. Ao longo da peça, Édipo de fato procura explicações, mas esse trecho específico enfatiza a descoberta do seu destino inesgotável e já traçado, característico da tragédia grega.
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condenação eterna dos homens pela prática injustificada do incestoEsta alternativa está incorreta. Embora o incesto seja uma parte central da trama, o trecho não se foca na condenação eterna por esse ato. Em vez disso, o foco aqui está na revelação de que Édipo não conseguiu escapar do destino traçado pelos deuses. A tragédia reside na tentativa de fugir, acabar cumprindo o destino fatal mesmo assim, que é mais sobre destino do que sobre a moralidade de seus atos.
Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade mencionada, é tarefa do profissional envolvido
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criticar as ideias dominantes.Criticar as ideias dominantes pode ser parte do trabalho dos historiadores, principalmente no sentido de revisar e questionar narrativas históricas estabelecidas. No entanto, o que o texto enfatiza é que o historiador deve tornar transparentes suas escolhas ao representar o passado, ao invés de simplesmente criticar ideias dominantes. A crítica pode ser uma consequência do ato de explicitar escolhas, mas não é o foco principal da tarefa do historiador segundo Hobsbawm e Ranger.
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explicitar as escolhas realizadas.Correto. De acordo com Hobsbawm e Ranger, os historiadores estão implicitamente envolvidos na formação das narrativas históricas devido às escolhas que fazem ao selecionar, descrever e popularizar eventos do passado. Por isso, é crucial que eles tornem essas escolhas explícitas e transparentes para que o público entenda como a interpretação da história foi construída. Esta abordagem ajuda a evitar a ilusão de que algum relato histórico possa ser absolutamente neutro e objetivo.
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respeitar os interesses sociais.Respeitar os interesses sociais pode ser importante, mas é uma tarefa ampla demais e um tanto vaga no contexto específico que Hobsbawm e Ranger apresentam. O essencial para os historiadores é mostrar como e porque certas escolhas são feitas ao representar o passado, não necessariamente se essas escolhas respeitam diretamente todos os interesses sociais. Isso é importante para a integridade da história e para uma compreensão mais clara das narrativas históricas.
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defender os direitos das minorias.Esta alternativa sugere que o profissional, no contexto dos historiadores, deveria defender os direitos das minorias. Embora isso seja uma ação louvável e importante, especialmente em um contexto social e político, o texto de Hobsbawm e Ranger foca em como os historiadores lidam com a história e sua apresentação pública. A tarefa principal não é especificamente defender os direitos das minorias, mas sim lidar com a representação do passado e as narrativas históricas de uma forma crítica e clara. Portanto, esta não é a tarefa essencial mencionada no contexto apresentado.
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satisfazer os financiadores de pesquisas.Esta alternativa está incorreta porque foca na satisfação dos financiadores de pesquisa, o que pode comprometer a integridade e a objetividade do trabalho do historiador. O ponto levantado por Hobsbawm e Ranger é que o historiador deve ser transparente sobre suas escolhas e as motivações por trás delas. Concentrar-se em satisfazer financiadores pode desviar essa transparência e diluir a validade das conclusões históricas. Portanto, não é essa a tarefa principal do historiador.
A legislação e os atos normativos descritos estão ancorados na seguinte concepção:
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Garantia da liberdade de expressão.Esta afirmação é incorreta. A garantia da liberdade de expressão é um direito fundamental que permite que os indivíduos expressem suas opiniões e ideias livremente. A determinação sobre as embalagens nos supermercados nada tem a ver com liberdade de expressão; está relacionada à política ambiental e sustentabilidade.
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Manutenção da livre concorrência.Esta alternativa está incorreta. A manutenção da livre concorrência refere-se a assegurar que as empresas possam competir em condições equilibradas, sem práticas anticompetitivas. No caso da decisão mencionada, não se trata de uma questão de concorrência entre empresas, mas sim de uma regulamentação com foco em práticas sustentáveis e responsabilidade ambiental.
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Enfraquecimento dos direitos do consumidor.Esta alternativa está incorreta. Os direitos do consumidor, geralmente, envolvem a garantia de receber produtos e serviços que atendam a determinados padrões e expectativas. Enfraquecimento desses direitos significaria reduzir proteções ou garantias. Aqui, a exigência de embalagens biodegradáveis está mais relacionada a práticas sustentáveis do que a um enfraquecimento dos direitos do consumidor, que, na verdade, poderiam ser vistos como fortalecidos em um contexto de preocupações ambientais.
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Promoção da sustentabilidade ambiental.Esta é a alternativa correta. A sustentabilidade ambiental é um conceito que visa atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades. Ao exigir que os supermercados usem materiais biodegradáveis para as embalagens, a legislação está promovendo práticas que ajudam a reduzir o impacto ambiental negativo, alinhando-se assim com a promoção da sustentabilidade ambiental.
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Implantação da ética comercial.Esta afirmação é incorreta. A decisão de multar os supermercados que não fornecerem embalagens de papel ou material biodegradável não está voltada para a implantação de uma ética comercial no sentido tradicional de competir de maneira justa, mas sim para incentivar práticas que respeitem o meio ambiente. Enquanto práticas comerciais éticas são importantes, neste caso específico, o foco da legislação é mais sobre sustentabilidade do que sobre ética comercial.
Em Antes de partir, uma cuidadora especializada em doentes terminais fala do que eles mais se arrependem na hora de morrer. “Não deveria ter trabalhado tanto”, diz um dos pacientes. "Desejaria ter ficado em contato com meus amigos”, lembra outro. “Desejaria ter coragem de expressar meus sentimentos.” “Não deveria ter levado a vida baseando-me no que esperavam de mim”, diz um terceiro. Há cem anos ou cinquenta, quem sabe, sem dúvida seriam outros os arrependimentos terminais. “Gostaria de ter sido mais útil à minha pátria.” “Deveria ter sido mais obediente a Deus.” “Gostaria de ter deixado mais patrimônio aos meus descendentes.” COELHO, M. Folha de São Paulo, 2 jan. 2013.
O texto compara hipoteticamente dois padrões morais que divergem por se basearem respectivamente em
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realização profissional e culto à personalidade.Essa alternativa está incorreta. A realização profissional e culto à personalidade não são os temas principais do texto. Enquanto a realização profissional está associada à satisfação pessoal, o culto à personalidade envolve uma veneração excessiva de si mesmo ou de outro, o que não é comparado no texto.
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relativismo cultural e postura ecumênica.Essa alternativa está incorreta. Relativismo cultural refere-se à ideia de que conceitos de moralidade são relativos ao contexto cultural em que se inserem, enquanto postura ecumênica diz respeito à busca por harmonia entre diferentes tradições religiosas. O texto, na verdade, compara valores individuais e tradicionais, não discussões sobre relativismo cultural ou religiosidade.
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engajamento político e princípios nacionalistas.Essa alternativa está incorreta. Embora a lista antiga mencione um desejo relacionado à pátria, o texto não centra sua comparação em termos de engajamento político ou princípios nacionalistas. O foco está mais na diferença entre os valores individuais enfatizados hoje e os mais coletivos e comunitários do passado.
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satisfação pessoal e valores tradicionais.Essa alternativa está correta. O texto apresenta duas listas hipotéticas de arrependimentos. A primeira, contemporânea, reflete uma preocupação com satisfação pessoal, como desejar ter trabalhado menos ou ter expressado mais os próprios sentimentos. Já a segunda, mais antiga, reflete valores tradicionais, como a obediência a Deus e a contribuição para o bem da pátria. As expressões nessas listas indicam claramente a diferença entre valores centrados no indivíduo e valores tradicionais e comunitários.
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tranquilidade espiritual e costumes liberais.Essa alternativa está incorreta. Tranquilidade espiritual e costumes liberais não são temas explicitamente comparados no texto. O que o texto aborda são valores centrais ao indivíduo em contraponto a valores tradicionais que eram comuns em tempos passados.
No texto é apresentada uma lógica que constitui uma característica central do seguinte sistema socioeconômico:
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Capitalismo.Capitalismo é um sistema econômico caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção e pela regulação das atividades humanas pelo mercado. O texto destaca como o mercado se expande para regular mais aspectos da vida, o que é um traço fundamental do capitalismo. Assim, a alternativa correta é aquela que menciona o capitalismo, pois reflete bem a lógica apresentada pelo autor.
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Anarquismo.O anarquismo é uma ideologia política que propõe a abolição do Estado e de toda forma de autoridade. Assim, a lógica apresentada no texto não se encaixa no anarquismo, pois este não defende a regulação de atividades humanas pelo mercado ou a confiança nos mercados como sistema regulador. Portanto, trata-se de uma alternativa incorreta.
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Feudalismo.No feudalismo, a economia era baseada principalmente na agricultura, com um sistema hierárquico de senhores e servos, e não em um mercado livre de bens e serviços. A dependência do mercado para reger todas as atividades humanas não se encaixa nesse sistema, tornando esta alternativa incorreta para o contexto apresentado.
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Comunitarismo.O comunitarismo enfatiza o papel das comunidades e das relações interpessoais, muitas vezes se opondo à mercantilização dos aspectos da vida humana. A ideia de mercado regulando todas as esferas da vida, como descrito no texto, não se alinha com o comunitarismo, que abrange um enfoque mais social e comunitário do que econômico. Por isso, é uma alternativa incorreta.
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Socialismo.O socialismo é um sistema em que os meios de produção são de propriedade coletiva ou estatal, visando à distribuição equitativa das riquezas. Portanto, o socialismo vai na direção oposta à ideia de confiar no mercado para gerir atividades humanas, já que a mercantilização de todos os aspectos da vida é mais característica do capitalismo. Logo, essa é uma alternativa incorreta.
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